NAIRA SALES
Apontado como um dos melhores festivais do gênero no País e considerado um dos melhores festivais de jazz do mundo, de acordo com o ranking da revista Down Beat, a bíblia do jazz, o Rio das Ostras Jazz & Blues Festival chega a sua 10º edição, de 6 a 10 de junho em Rio das Ostras (RJ). Os shows serão gratuitos e acontecerão em quatro palcos: Praça de São Pedro Praia da Tartaruga, Lagoa de Iriry e na Cidade do Jazz e do Blues, em Costazul. A taxa de ocupação da rede hoteleira na cidade durante o período do festival chega a 100%, assim como das cidades vizinhas de São João da Barra e Casimiro de Abreu. Em Macaé, o percentual chega a 70% e em Búzios a 50%. O faturamento do comércio local no período do festival no ano passado foi de cerca de R$ 6 milhões.
ENTREVISTA EXCLUSIVA COM IDEALIZADOR E PRODUTOR DO FESTIVAL
STENIO MATTOS
Por NAIRA SALES
Quais as novidades para os 10 anos do Festival? (atrações, atividades, novos projetos)?
A edição de 2012 será um mix das melhores atrações de edições anteriores escolhidas pelo público. Com atrações de peso como David Sanborn e Billy Cobham.
Qual o diferencial do Festival de Rio das Ostras para os outros festivais?
Sem dúvida a gratuidade dos shows, só existem 02 no mundo o outro é o de Oslo na Noruega. Poder oferecer música, palestras de altíssima qualidade por 05 dias durante o dia inteiro num local de natureza belíssima.
O que você atribui ao sucesso do Festival?
A dedicação, a honestidade, o trabalho duro, o amor à música, a competência e a grande vontade e o profissionalismo de todos os envolvidos. E sem dúvida a resposta do público e dos artistas que saem deslumbrados com o Festival com palavras de apoio e incentivo para que continuemos com este projeto.
Durante o Festival, nos deparamos com muita organização e qualidade técnica. Isso surpreende muitas pessoas, sobretudo os artistas, que se perguntam como um festival desta qualidade pode ser de graça. Esta será uma proposta contínua de vocês?
Com certeza, este é o grande diferencial deste festival, primeiro que os músicos ficam sensibilizados com a proposta deste projeto levar música de graça e de qualidade as pessoas que geralmente não teriam acesso, a idéia da Prefeitura é esta e provando que se planejando podemos ter grandes projetos.
Como foi feita a escolha dos artitas para este ano?
Acho que esse ano o CAST está num nível muito elevado, soubemos mesclar o tradicional com as novidades que estão acontecendo e este ano vamos mesclar, pelo fato de ser uma data comemorativa de 10 anos, músicos que se destacaram em edições passadas e novos nomes. Outra preucupação é ficar atento para não nos tornármos um fest. Tipo World-Music, vamos manter a idéia original JAZZ , M.INSTRUMENTAL e BLUES.
Quais são as dificuldades de fazer um festival de tamanha grandiosidade?
Num primeiro momento foi convencer as pessoas que um festival de jazz poderia dar retorno, depois é preparar toda uma cidade (já que toda a mão de obra nós fazemos questão de utilizar da cidade) preparar eles: donos de pousadas, restaurs, pessoal de apoio, etc. Para poder receber um público diferenciado de todas as partes do Brasil e do mundo. A montagem de toda esta estrutura é uma grande dificuldade, mas hoje todos já sabem o que fazer.
Em 10 anos de festival você poderia lembrar um dos momentos mais marcantes para você?
Temos vários, os shows de John Scofield em tartaruga com as ondas batendo na pedras invadindo mesmo e ele falando que não deixaria de fazer o show, e depois dizer que foi o show mais lindo que fez na vida. E que relataria isto para todos (músico que tocou com Miles Davis e participou de todos os festivais do mundo ). Outra momento foi no ano passado que pela primeira tivemos chuva e sempre tínhamos esta dúvida e se chover? Foi emoção pura constatar que nem a chuva tira o brilho deste evento e que as pessoas não deixam de vir e lotar a cidade e se divertirem.
Quais foram as grandes mudanças que ocorreram no Festival?
Evoluiu de uma forma muito grande tanto de tamanho, estrutura, organização, publico e aceitação. Hoje ele é considerado pela mídia especializada com o maior do gênero no país e na América Latina. A revista de jazz Downbeat o destaco entre os 20 maiores do mundo. Saímos de um público de 5.000 pessoas em 2003 para 120 mil em 2011. Agora, em 2011, o público esperado é de 120 mil pessoas.
A maior mudança foi quando saímos da praia em 2006 e fomos para Cidade do Jazz, como é conhecido o palco de Costa Azul. Lá podemos ter uma estrutura como dos grandes festivais do mundo num lugar cercado para 25 mil pessoas onde temos 15 restaurantes da cidade, 10 tendas de artesanato local, Casa do Jazz (com exposição, palestras e apresentação de músicos da cidade), e isso tudo sem perder o charme de ser ao ar livre além da criação do quarto palco o de novos Talentos, fazendo assim termos shows o dia inteiro das 10 às 04hs da manhã.
A cidade recebe um numero maior de turistas durante o festival? Poderia falar um pouco sobre isso?
Este projeto é uma maneira de Rio das Ostras buscar de uma forma sustentável a sua verdadeira vocação o turismo. Por exemplo a taxa de ocupação de cidade no período do festival. É de 100% como das cidades vizinhas de São João da Barra e Casimiro de Abreu, Macaé chega à 70% e Búzios à 50%.
