Às areias da praia de Copacabana receberá
a 40ª edição do projeto
Aquarius
O
jornal O Globo realiza no sábado, dia 15 de setembro, a 40ª edição do projeto
Aquarius, que, desta vez, levará às areias da praia de Copacabana um programa
dedicado à música e à dança brasileira. Sob a regência do maestro Roberto
Minczuk, composições de alguns dos maiores nomes da música clássica do país,
como Heitor Villa-Lobos, Alberto Nepomuceno e Francisco Mignone, serão
apresentadas pela Orquestra Sinfônica Brasileira (OSB).
Com
apresentação do Governo do Estado do Rio de Janeiro e parceria institucional da
Fundação OSB, o objetivo do Aquarius é democratizar a cultura por meio de
espetáculos ao ar livre. O Aquarius 2012 levará ao público as vozes do Coro
Sinfônico do Rio de Janeiro e do Coro de Crianças da OSB, regidos pelo maestro
Júlio Moretzsohn. O jornalista Pedro Bial será o apresentador do
concerto.
Um
dos momentos mais esperados da noite será a participação especial da bailarina
Ana Botafogo que fará uma apresentação solo. A reprodução do figurino da artista
é de Cecilia Modesto. Ana vai dançar pela primeira vez com um figurino
instalação, que é um aro com contas nacaradas, inspirado em danças sagradas. Um
vestido aramado com contas aplicadas irá valorizar os movimentos da bailarina. O
espetáculo terá ainda apresentações da Companhia Jovem de Ballet do Rio de
Janeiro e dos alunos da Escola de Dança Maria Olenewa.
Este
ano o Aquarius terá direção artística de Carla Camurati. A diretora do Theatro
Municipal é estreante no projeto, mas reforça que seu primeiro contato com a
música clássica foi em um dos concertos do projeto. “Foi uma emoção receber o
convite para fazer a direção artística da edição que festeja os 40 anos do
Aquarius, porque, desde os meus dez anos de idade, minha mãe me levava para a
Quinta da Boa Vista para assistir aos concertos”, contou
Camurati.
A
obra principal será “O Maracatu de Chico Rei", de Francisco Mignone, apresentado
na íntegra com orquestra, coro e bailado. Também estão no programa o “Choros
nº10” e “O Trenzinho do Caipira, das Bachianas Brasileiras nº 2”, ambos de
Heitor Villa-Lobos, além de “O Garatuja - Prelúdio”, de Alberto
Nepomuceno. Pela primeira vez apresentada no Aquarius, esta comédia lírica
inacabada e composta em três atos, baseada na obra homônima de José de Alencar,
é considerada a primeira ópera verdadeiramente brasileira, no que se refere à
música, à ambientação e à utilização da língua portuguesa.
Outro
ponto alto da noite ficará por conta das Bachianas Brasileiras nº 4, de
Villa-Lobos. A versão do maestro Roberto Minczuk foi considerada a melhor do
mundo, segundo a Gramophone, reconhecida mundialmente como a principal revista
de música clássica. Desta vez, a obra receberá uma coreografia especialmente
criada para o espetáculo, que será apresentada por Ana Botafogo. “É um grande
prazer oferecer gratuitamente a milhares de pessoas música da mais alta
qualidade e de forma tão agradável”, revelou o maestro Minczuk que rege pela
terceira vez os concertos do Aquarius. Em 2011, ele esteve na realização
histórica do projeto, quando cinco mil espectadores assistiram à apresentação da
OSB no Complexo do Alemão, na zona norte do Rio de Janeiro, um ano após a
pacificação. “O repertório fica na memória de quem assiste como algo mágico! O
público sai dos concertos querendo mais e quem sabe um dia alguns também não
estejam nos palcos, fazendo parte dessa enorme festa”,
completou.
Em
40 anos de evento, o Projeto Aquarius construiu sua história tanto no Rio,
quanto no país. Ao todo, foram realizados 324 espetáculos do projeto Aquarius em
diferentes cidades do Brasil, desde 1972. E, entre os memoráveis está o do dia 7
de setembro de 1981, quando 500 mil pessoas foram assistir à reconstituição do
Grito do Ipiranga, em São Paulo. A apresentação aconteceu em três palcos e teve
duas orquestras sinfônicas, um coro, três grupos de dança e a participação do
regimento Dragões da Independência, que encenou usando uniformes históricos e
cavalos.
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